segunda-feira, agosto 18, 2008

Viagens

No sábado quando fui comprar o jornal olhei o Le Monde no escaparate. Apeteceu-me. E à medida que o lia tomei consciência daquilo que sabemos: que o mundo é uma amálgama de culturas, de pontos de vistas, de ideologias, de modos de viver. Deliciosamente diferentes. Tão deliciosamente diferentes que um indivíduo pode, pelo simples acto de se deliciar com a leitura do Le Monde, imaginar que está num país diferente. Há as grandes e as pequenas nuances. O jornalismo do Le Monde - e deixem passar esta cretinice de o avaliar pela leitura de algumas folhas da sua edição de sábado - é um trabalho onde, mesmo na notícia trivial, há o recurso a figuras de explicação que transformam o objecto notícia. Se eu fosse enólogo diria que o jornalismo do Le Monde é encorpado. Mas não é destes posts-achismos que este texto se alimenta. A ideia é a viagem. O viajar ali sentado naquela esplanada de Telheiras, enquanto o chuvisco, a brisa, as folhas das árvores, me remetem para os fins de Verão no Minho, em Caldelas. Ontem, já sem motivo, comprei o El País. Ficou esquecido na mala do carro, li apenas algumas páginas. Hoje vou descer ao Rossio e, saltando pela maior dificuldade em me relacionar com a língua inglesa, vou comprar um jornal londrino. O veraneio é isto, inventar lugares para o existir.

2 comentários:

JOSÉ RIBEIRO MARTO disse...

... eu também viajo muito, sentado levantado, ouvindo, interpelando, passo por dversos estados também eles muito matizados, por isso te advirto que nas tuas compras tenhas atenção ao matiz e não a nuance que não é mais que um preciosismo que anda por aí discreto e afrancesado vaidoso quando podia ser somente matiz...
Estava bem ou não?
Abraço amigo
J RibeiroMarto

JOSÉ RIBEIRO MARTO disse...

... eu também viajo muito, sentado levantado, ouvindo, interpelando, passo por dversos estados também eles muito matizados, por isso te advirto que nas tuas compras tenhas atenção ao matiz e não a nuance que não é mais que um preciosismo que anda por aí discreto e afrancesado vaidoso quando podia ser somente matiz...
Estava bem ou não?
Abraço amigo
J RibeiroMarto