Para além de Paris - como se se pudesse dizer de ânimo leve para além de Paris - "Paris" de Cédric Klaspisch é um filme maravilhoso como o assinalaram os leitores do Público, em evidente divórcio com os críticos de cinema deste jornal. Não só pela presença de Juliette Binoche, Romain Duris, Fabrice Luchini. Ou Maurice Benichou que conheci aqui neste teatro, aquando da apresentação de "O homem que confundia a sua mulher com o chapéu", encenação de Peter Brook. É pela forma como o filme se constitui, se levanta enquanto estória: há um olhar de mirone que parece ligar tudo a partir de uma varanda, de um balcão de uma padaria, de um corredor de hospital, e, para mim o que eleva este enredo, é um olhar de despedida da vida e, porque é assim que sabemos viver, de encontro com a própria vida. Há uma elegância na construção, uma dignidade no cruzamento dos personagens, que encanta. Ou que me encantou, para ser mais exacto.
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