Cavaco Silva nunca foi meu Presidente. Gostei de algumas iniciativas que ele tomou, como a de ter mandado para trás a lei de financiamento dos partidos. Achei que a sua atitude de cooperação institucional, que não é nova, já tinha sido seguida por Sampaio, foi benéfica para a uma certa paz social. Também admirei a forma como reagiu ao processo disciplinar movido a um enfermeiro que lhe tinha denunciado as suas chefias. Tenho de reconhecer que mesmo assim ele nunca foi o meu presidente. Ele significa para mim um Portugal que eu detesto. Ultimamente tem abusado da sua natural falta de perspicácia para a política. Já não falo da colagem ao PSD, uma suspeição que não faço mas que não ficou muito longe da que ele subscreveu contra Sócrates. O episódio de ontem foi verdadeiramente desastroso. O Presidente da República atacou uma das principais empresas portuguesas de uma forma inacreditável. Ele bem pode dizer que não, que só atacou o Governo. Só que como é natural, não o pode fazer senão desmanchando o jogo. A sua função não é essa. Mas vê as suas preocupações desmentidas até pelo José Eduardo Moniz. É pena que o Governo não tenha sido mais contundente, não tenha dito que iria vetar a aquisição para evitar a onda de ataques políticos, dos vários quadrantes e do Presidente da República à actividade económica e financeira do maior grupo nacional de telecomunicações. Cavaco nunca foi o meu Presidente. Espero, desejo, faço votos, para que regresse o mais rapdamente que seja possível à Vivenda Mariani.
1 comentário:
é engraçado como podemos ver as coisas de maneiras tão diferente. só vem bem ao mundo por isso, mas mesmo assim é engraçado
Enviar um comentário