Há um aspecto no argumento de Paulo Pedroso a que sou bastante sensível: nos próximos tempos vamos ter ou uma convergência política do género de Bloco Central (digo eu, para isso talvez o PS tenha de mudar de líder) ou de bloco PSD/CDS (mais natural e que ainda por cima virá reforçado pela sintonia que irão treinando em relação à candidatura de Cavaco e Silva). Essa perspectiva é um reforço político importante para a valorização da campanha de Manuel Alegre, já que Fernando Nobre surge neste campo com alguma hibridez que não cria de imediato uma imagem clarificada sobre o que irá fazer (e que está a ser bem explorada para o diminuir politicamente). Infelizmente a predominância política que o argumento não a Cavaco instala automaticamente em toda a esquerda, se bem que tenha como positivo o diminuir a mancha abstencionista, pode turvar e enquinar o debate presidencial. Leio aqui a entrevista a Fernando Nobre (que me agradou muito). Não é o meu candidato, não tenho nenhum candidato e por isso pressuponho que a cada nova investida de um dos candidatos poderei balançar na minha inclinação de voto. Nas últimas eleições votei no Manuel Alegre. Agora ainda continuo à espera de uma (nova) candidatura que liberte a candidatura presidencial deste constrangimento político de reduzirmos o papel do Presidente da República aos jogos de equilibrio parlamentar. Faltam seis meses. Os candidatos que subam ao palco e que nos mostrem as suas habilidades e faculdades, ao falarem como os homens-que sonharam-ser-presidentes-da-república-e-que-precisam-de-nos-convencer-que-são-o-nosso-Presidente-de-sonho.
Sem comentários:
Enviar um comentário