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Leio e escrevo lendo
No espaço livre
Dos versos,
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Leio no silêncio
Do espaço livre
Dos versos,
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Leio e escrevo lendo
Os versos
E assim me entendo.
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Eduardo Graça,
aqui
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[Tinha acabado de escrever no post anterior esta relação que em nós se estabelece entre o escrever e o ler e depois encontro, a propósito de uma pequena exaltação ao Prémio Camões deste ano (o poeta brasileiro Ferreira Cullar) este poema do Eduardo Graça que, pelo que me apercebo, interiorizou este hábito de escrever em diálogo com aquilo que lê. Lembro-me agora também, no encavalitanço que a memória é, de uma conversa tida um dia com Eduardo Prado Coelho num daqueles jantares depois das aulas - foi meu professor de uma disciplina de mestrado que já não sei o que era, recordo apenas o prazer de o ver tecer ideias umas a reboque das outras - em que ele confessava que muitas vezes abandonava a leitura de um livro para se deixar ir no entusiasmo da "escritura". Talvez os seus livros sejam como os do Eduardo, cheios de apontamentos, de diálogos cruzados, a transbordar de uma delicadeza que importa. ]
1 comentário:
Olá, obrigado pela referência que me faz lembrar que enquanto frequentavas uma sala ao lado da minha, certos dias, ao fim da tarde, olhando as janelas da rua que se derramava encosta abaixo, escrevia o que nada tinha a ver com a função. Quase sempre a leitura de poesia que me aqueça a vontade de ler mesmo, para além dela, me suscita a vontade de replicar/comentar escrevendo em simultâneo, ou quase, que é afinal dar livre curso a uma relação fisica que se não pode reprimir ... abraço. Eduardo Graça
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