quinta-feira, março 15, 2007
Habito num teatro. É um privilégio. Às vezes penso que nada mais importa do que aquele fábrica de criação de imaginários. O teatro, essa festa dos sentidos, seis, incluindo o tacto. Por mais tecnicidade e tecnologia que o fazer teatral venha incorporando ele será sempre a materialização desta regra simples que organiza os jogos de esconde-esconde infantis: o que é que agora eu te mostro ou te escondo. Creio que o protocolo que sustenta o teatro vem da sua fragilidade: há uns, espectadores, que aceitam acreditar que aqueles actores em cima do palco não são eles, nem são nesse tempo, nem naquele lugar, mas outros, noutro tempo, noutro lugar. Isso é de uma ingenuidade brutal. Um milagre. Como a escrita de que falava M.
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