segunda-feira, março 05, 2007

O meu luto

Apercebo-me de que ainda estou em luto por uma pequena subtileza dos meus dias tristes: a solidão ainda me aparece como uma paisagem intransponível. É um paradoxo. Foi a partir da falta que me fazem os que se foram que redescobri a essencialidade dos que me rodeiam. O luto é assim o que me exalta no amor por algumas pessoas que me rodeiam e que, simultaneamente, atrasa a festa para a qual esse afecto me arrasta.

3 comentários:

nana disse...

"They told me, Heraclitus, they told me you were dead
They brought me bitter news to hear and bitter tears to shed.
I wept as I remembered how often you and I
Had tired the sun with talking and sent him down the sky.

And now that thou art lying, my dear old Carian guest,
A handful of grey ashes, long, long ago at rest,
Still are thy pleasant voices, thy nightingales, awake;
For Death, he taketh all, but them he cannot take. "


(william cory)



.....


@-,-'-

margem disse...

obrigada pelo teu post neste universo ainda tão de espanto e surpresa para mim.
soube mesmo bem. pela surpresa também.

tenho-te lido carinhosa identificada e cumplicementemente, ainda sem muito desapego do que me prende para aqui desatar a escrever.
e hoje sim, porque há dias em que é exacto esse, este sentir.
um abraço.

Anónimo disse...

O luto é algo estranho. Sobretudo para mim que reajo lentamente...
Em Fevereiro, que é o meu mês, lembrei-me quase continuamente dos que partiram. Não só das partidas recentes, como de uma partida mais antiga, a do Pedro, há já uns anos. E vi como todos me fazem falta, mesmo não sendo eu muito próxima. Persegue-me a sensação de estranheza.