segunda-feira, março 19, 2007
Prémio Pessoa: um António agora te darei
Sempre que há um Prémio Pessoa fico com a sensação de que há muito tempo que a escolha não visa distinguir uma pessoa mas o próprio prémio. Há muito que os galardoados são aqueles que não podiam deixar de o ser. Não fosse o cheque avantajado e ser financiado por um dos jornais mais importantes do nosso país o Prémio Pessoa já teria desaparecido na sua própria inutilidade. Em vez de darem o prémio ao Miguel Torga, ao Eugénio de Andrade, ao Virgílio Ferreira, ao António Lobo Antunes, deram-os ao prémio. Toda a gente sabe que o único prémio que poderá distinguir a obra deste último e, ao mesmo tempo, pôr mais uma marca na crescente importância que a literatura portuguesa tem, é aquele que um dia, esperamos, virá de uma academia sueca.
Adenda: A p. da realidade estragou este post. Eu a rabujar com o Prémio Pessoa e a atribui-lo por minha lavra. Fica portanto dita a minha opinião, e desculpe-se a redundância, não sobre o Prémio Pessoa, sim sobre a minha ideia do próprio Prémio. E o meu desconhecimento maior quer sobre o Prémio Camões quer sobre o próprio Prémio Pessoa sobre o qual, sabe-se lá porquê, tenho tão grandes relutâncias. E já agora, uma reflexão sobre o quanto por vezes a subjectividade se precipita diante da factualidade. Se isto fosse uma espécie de jornal pediria desculpa aos leitores. E agradecia à autora do comentário deste post que me chamou a atenção.
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5 comentários:
não vejo essa inutilidade...uma distinção, é sempre uma distinção, em torno de um prémio, sim, mas cujo nome não envergonha ninguém.
talvez seja o meu lado infantil mas para mim os prémios são tanto mais úteis quanto servem para incentivar, para estimular, e para através desse estímulo, abrirem caminhos. e não falei de que o prémio pudesse envergonhar o premiado. claro que não. nem a ele, nem a nós, nem a ninguém.
prémio pessoa ou prémio camões? estou baralhada jpn
quem estava baralhado era eu. e totalmente.
obrigado aos dois.
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