sábado, agosto 25, 2007
Amarelo
De manhã. A primeira evidência: os ovos e o bacon não se fazem sozinhos. Nem as torradas, o sumo de laranja. Ele cheira-a caninamente. Alguém vai ter de se sacrificar. Pede-lhe ajuda:
- Diz-me qualquer coisa muito desagradável.
Ela abre os olhos apenas o bastante para que as pálpebras se rompam de uma luz mínima. A imaginação está ainda a zeros. Tem de ser contundente, definitiva:
-Amarelo.
Ele olha-a como se odiar fosse a coisa mais simples do mundo. Está revoltado:
- Como é que foste capaz de dizer isso?
Levanta-se caminhando torpe para a cozinha. Corre-lhe uma angústia terrível pelo rosto, pelos olhos. Ele sabe. Nunca mais nada voltará a ser o mesmo.
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