Ela não via a dança assim. A dança era dentro dela, algumas vezes indiferente, a música insinuando-se devagar, lá longe, outras, num ritmo infernal. Outras ainda, silêncio, e nada. Como se o seu centro fosse um caminho palpável, ora de dor, ora de luz, ora de trânsito infernal. Sentia-se como se o seu par a levasse, outras não, outras ainda, a invadisse, tomando conta de tudo. A ausência é a valsa do desasossego, num rodopio pelo espaço. Ela sempre a achara graça àquela sensação de tontura que sentia quando a levavam para uma valsa, um dois três, um dois três... o corpo mole e tão leve. Uma pausa. Um intervalo. Ela sabia que ele estava lá, dançando ainda, sempre em crescendo,mesmo sabendo que ele o desconhecia. A sua ausência tão presença em si. Para ela, o país era ela. E uma bandeira esvoaçando ali tão alto. Da caixa de comentários do post anterior.imagem: Celta
sábado, novembro 03, 2007
Paisagem sem título II - O seu país era ela
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2 comentários:
Bonita resposta te deram JPN, bastaria esta para valer a pena deixar aberta a caixa dos comentários :)
~CC~
pensei exactamente isso!
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