terça-feira, janeiro 29, 2008

Alta Cultura perde Ministério da Cultura?

Não há dúvida, José Sócrates é um político de mão cheia. A escolha de José António Pinto Ribeiro para a Cultura é desconcertante. Acolhe a pretensão dos lobbys que se movimentaram contra Isabel Pires de Lima mas fragiliza-os dizendo-lhes que não é insensível ao que circula por aí de abaixo assinado e petição mas que não os reconhece enquanto fonte de agenciamento e recrutamento político , reforça o lado tecnocrático do governo trazendo alguém cuja ligação à Cultura no seu sentido mais restrito é bem menos conhecida do que a sua competência técnica enquanto jurista e, a cereja em cima do bolo, coloca como ministro da Cultura uma personalidade que a recoloca no plano mais alargado dos movimentos civis e cidadania.
Será que é desta vez que a Cultura Popular e Associativa ganha foros de cidade no Palácio da Ajuda, ainda por cima num contexto em que o INATEL ( que é, com as autarquias, o tradicional responsável pela implementação de políticas públicas neste sector) está a promover a sua mudança organizacional? Já agora, espero que o próximo ministro da Cultura arranje também disponibilidade para se debruçar sobre as políticas culturais de 95 a 99 e que saiba, como Manuel Maria Carrilho, responder que quando se fala em crise, devemos dar mais atenção à Cultura .

6 comentários:

Anónimo disse...

Aparentemente é uma boa notícia. A substituição desta ministra. Não se percebe a escolha do substituto. De facto, mais ligado aos "direitos" do que à "cultura". Essa de dizer que o Inatel é um dos defensores da cultura popular, é para rir...só se for na perspectiva do António Ferro!

Eduardo Graça disse...

Olá. Passei por aqui em dia de remodelação. Não esperes nada de novo no apoio à cultura popular. Pela amostra do comentário anterior ficas comum uma fotografia a preto e branco da ignorância crassa acerca do tema. Não há nada a fazer. As nossas chamadas elites urbanas não entendem da história da cultura popular em Portuagal e muito menos dos seus agentes contemporâneos. Ainda funcionam na base do esteriotipo António Ferro. Não há ministro da cultura que resista ... não sei mesmo se se justifica um ministério da cultura ... talvez tudo se pudesse resolver, de forma mais eficaz, com uma mera direcção geral dependente da presidência do conselho de ministros. Estou a falar a sério ...

JPN disse...

Eu sei que estás a falar a sério. Mas encaro isso por conta de um desabafo. Embora seja nesse campo, o da cultura, que eu, aqui, não neste respirar mas aqui, sempre estive em maior desacordo contigo!
eheheheheheheh!
:)

Anónimo disse...

Dá-lhe Falâncio!

Anónimo disse...

Dá-lhe Falâncio!

Cartouche disse...

Indo eu, indo eu ao portal do Governo, encontrei o perfil do novo MC: recomendo a leitura atenta. Gostei sobretudo de:
1. encontrar a direcção da empresa privada do novo titular (convém aproveitar qu'isto também é só por um anito);
2. saber que fala seis-línguas-seis, incluindo o... português.
(Assim já se percebe a expectativa silenciosa dos abaixo-assinantes, vigiliantes e peticionários. Isto promete!)