sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Lutar para quê?

«Um trabalhador que esteja cansado física ou psicologicamente – porque está mais velho, porque tem problemas familiares, porque trabalhar naquela empresa não era exactamente o que pretendia ou porque se desinteressou do trabalho – deve poder ser despedido por justa causa
A citação é do Director da CIP, reproduzida pelo André Bonirre, no Mal. Não me ocorre nada. Estou cada vez mais empanturrado de um tédio por este capitalismo façanhudo, selvagem. Amanhã se me vierem dizer que uma revolta, uma explosão social rebentou, bocejarei também. É uma coisa de morto-vivo para mortos-vivos, o tédio. Na esperança que consigam a luz que eu não tenho, deixo-vos a sós com os meus personagens. Ontem o motorista de taxi, no final de uma conversa que acabara de fazer uma razante pelos perdões e reformas milionárias do BCP, concluira, em cima dos seus quinhentos e setenta euros de motorista com dezassete anos de serviço na administração pública, dizendo:
- Eu às vezes penso que estes tipos não acham que um tipo que ganha aquilo que eu ganho seja um ser humano.

3 comentários:

sete e pico disse...

muitas vezes penso como esse senhor taxista, não é justa que o sistema económico delimite os tempos e as energias das nossas vidas, nos consuma por dentro para que consumamos nas grandes superfícies. As oportunidades sociais são muito desiguais em função da nossa classe social, da nossa cor de pele, do nosso sexo.

Mas bocejos não chegam ao céu, nem a lugar nenhum, há que continuar com a politica da vida quotidiana, amigo do quintal.

apicultor disse...

Eu que fui um anti comunista convicto até à queda do muro, constato a falta que o chamado"socialismo real" fez a este mundo. A existência daquela aberração política servia para manter em sentido a cambada que agora governa o mundo. Antes, tinham o prurido de aqui manter uma social democraciazeca, que agora bem a podemos chorar....

Cartouche disse...

Too late, my dearrr frrrriend...