As eleições presidenciais prevêm-se aguerridas. Fernando Nobre e Manuel Alegre já estão na pré-corrida e pelo que provocaram, já merecem o nosso aplauso e agradecimento. A Presidência da República detem na nossa comunidade uma importante função de representação política e social e qualquer um deles tem um perfil humano, cultural e cívico que os coloca, indiscutivelmente, num plano de destaque da vida política e social portuguesa. Que vive momentos de grande perturbação e bem precisa deste tipo de iniciativas de cidadania que a prestigiem. Não deixa no entanto de ser interessante, e engraçada, uma circunstância política, que surge com estes pré-anúncios: ambos os candidatos que têm uma forte capacidade de implantação na esquerda, possuem também capacidade de entrar em campos do centro e da própria direita e, ao fazê-lo, desvalorizam a importância da questão do enquadramento político, permitindo que surjam outros aspectos de valorização política das candidaturas (e até criando problemas a uma eventual candidatura de Cavaco Silva, que iria claramente dirigir-se às tribos de direita).
[Às tribos de esquerda recomendo este texto, de Porfirio Silva.]
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