sábado, março 20, 2010

Tenho, por causa de um ou dois clássicos que vi ultimamente, reactivado o interesse pela ligação, reactualização, reutilização (seja, o que lhe queiramos chamar!), de textos não contemporâneos. Não o tenho por hábito. Não sendo ávido por conhecimentos novos senão apenas nas situações em que a sua busca tem a ver com algo que me emociona, tornei-me uma pessoa pouco erudita e começo a desenvolver, interiormente, sem o notar, como todas as pessoas que tendem para a ignorância, uma aversão à erudição. Admiro-a nos outros, como expressão do tempo das suas vidas, o tempo que passaram a descobrir um determinado objecto de conhecimento, tenho a felicidade de pode partilhar a minha vida com pessoas cuja avidez de conhecer as torna ainda herdeiras de uma atitude enciclopédica, mas se pego num livro apenas movido pela minha curiosidade, rapidamente o fecho. É um defeito eu sei. Sou daqueles que tenta equilibrar o pecado dos seus defeitos com a virtude da sua assumpção. E gosto também de longos preâmbulos, como se vê por este post. E eu só queria falar uma coisa a propósito do D. Quixote do António José da Silva.

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