domingo, abril 08, 2007
Domingo de Páscoa
Acordei com uma música de um vizinho a dançar-me na cabeça. Uma lentidão no abrir das pálpebras. Aquele prazer de um despertar que vem lá do fundo, aproximando-se, vagarosamente, passando as várias barreiras alfandegárias das diferentes camadas de sonhos que revestem um sono bom. Havia restos ainda do concerto do Fausto, há uns dez anos, que vimos em casa do Molina, ele também lá, frenético, precurtivo, numa visão entrecortada por um dos melhores relances ao Panteão que descobri. A vontade de vir para aqui, escrever um post, como primeira actividade diária deste domingo de Páscoa. Naquilo que é bem o retrato da minha árvore, da minha genealogia, a minha família dividiu-se, uma parte foi para o Norte, para o Minho verdejante das raízes profundas, uma outra, mais pequena, o meu pequeno herói, virou-se para sul que é o lugar do olhar, de tudo o que vejo. É também virado para sul, para o sul que cresce em mim, que eu me abanco nesta sensação indescritível de ser um novo dia.
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