segunda-feira, setembro 19, 2011

Num ter razom

Breves palavras. Dividido por outras plataformas, Artistas e Públicos Indignados, pelo facebook que nos permitiu realizar o evento e começar a juntar este punhado de pessoas que vão aclarando a sua intervenção, o tempo é menos que pouco para este pequeno momento reflexivo de que necessito no meu respirar. Preciso de não desabitar este encontro comigo. Já não é apenas nele que tenho a minha força, houve alturas em que sim, há muitos anos, hoje já tenho passos de pessoas em volta de mim, mas mesmo assim preciso de abrir este buraco, esta caverna onde me empenho na escuridão possível. Mas agora quero apenas festejar este pequeno grupo que trocou centenas de mensagens facebookianas, que se gastou em emergências diárias onde o humor se misturava com a ideologia, a ideologia com a política, com a filosofia e tudo isso com um afecto que advém do facto de sentirmos que estávamos a construir alguma coisa em comum. O quê? Não sei, não sabemos. Aproxima-se de uma evidência política sobre o papel da arte e da cultura na vida quotidiana, na cidadania. A minha prática política mudou nos últimos meses. Deixei de ir para a inacção política por ter medo de errar, por poder estar enganado. Também porque compreendi que a minha intervenção enquanto cidadão é a deste campo. O da cultura e o da arte. E isso muda desde logo o paradigma político: na arte e na cultura construímos processos para aprofundarmos visões sobre um determinado assunto. Não precisamos de ter razão previamente. Precisamos de a encontrar na sombra fresca dos caminhos, nas veredas íngremes e socalcadas dos percursos.

1 comentário:

CCF disse...

Caras conhecidas :)
De coração convosco!
~CC~