Não sei porque escolhi um barco no meio do Tejo, entre a lezíria e a cidade, para escrever sobre o amor. Talvez seja porque, e não sei se em desacordo ideológico com muito do que sobre o amor é comum partilharmos uns com os outros, ele, sendo construído sobre um sentimento, é, tal como a arte, uma experiência onde essa identidade mutante, mutável, que habita em cada um de nós durante aquilo a que chamamos o tempo das nossas vidas, é sempre o ponto de partida e de chegada. Sendo o amor um lento trabalho de depuração, ele será sempre injusto para com as suas histórias pretéritas, já que é no presente e no futuro que ele há-de projectar corrigir os erros, as omissões, e as acções cometidas no passado. Poderá parecer isto ingrato, cruel até, no entanto também é a forma de sabermos que o amor verdadeiro não é mais do que uma busca sempre em movimento de devir.
sexta-feira, dezembro 30, 2011
O amor, esse lugar efémero
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário