quinta-feira, abril 10, 2008

Depois da precoce alegria dos porcentos

No outro dia o ministro das Finanças disse que Portugal estava mais bem apetrechado hoje para enfrentar a crise. Era a alegria precoce e intranquila dos porcentos. Os porcentos que nos pôem bem com os outros, connosco mesmos. Não tenho dúvida de que sim, de que estará. Só que depois me ocorre uns outros porcentos, unzinho, que ouvi uma vez Manuel Maria Carrilho explicar como a causa primeira de ter saído do Governo de Guterres. Não me vou agora pôr aqui a tentar justificar os porcentos bons ou os porcentos maus. Claro que isso tem importância. Mas tem importância de outra maneira. Tem importância porque expressa a indiferença com que olhamos para a dimensão criativa e expressiva da nossa existência neste mundo. É isso que está em causa, sempre foi. Quando olhamos para o espelho das nossas necessidades, a forma como a cultura, o conhecimento, a abertura ao outro, são ou não suficientemente entusiasmantes para justificar modos de vida.

1 comentário:

xai xai disse...

contou-me uma amiga que se encontra em viagem de turismo no longínquo reinado do Butão que, ao discursar na ONU o respectivo rei, afirmou que no seu país "não existe" PIB, a medida de desenvolvimento que utilizam, é o "índice de felicidade".
Acredito que um dia terminará o reinado dos "porcentos", gostava que começasse o do "por...todos"