A ideia de que com o fim do regime salazarista-marcelista os grandes capitalistas, os grandes latifúndios e o poder oligárquico, perderam o seu domínio social e político é uma falácia que nos habituámos a propagar . A reportagem que o Público traz hoje, sobre o poder económico da família Espírito Santo (e não é de admirar que o mesmo se tenha passado com Champalimaud) é um rude golpe nessa teoria: há muitos governantes eleitos democraticamente que ombreiam com o regime fascista nesse proteccionismo reverencial.
2 comentários:
Onde há dinheiro há domínio social e político, seja lá em que regime for e em que época for. É mau? É bom? Depende dos resultados. Os governos sempre pactuaram com os grandes empresários e financeiros, qual é a novidade? Estes grupos existem, geram emprego e crescimento económico. Há que ver o copo meio cheio.
Desculpa, mas o que me parece falacioso (eu diria mais, obsoleto) é falar de capitalismo e fascismo porque se trata da família ES, é um preconceito. Se fossem de esquerda qual seria a adjectivação? A questão do poder, do dinheiro, do controlo, não é uma questão política, é uma questão de natureza humana.
Onde há dinheiro deve, ou é natural que haja, lucro. O domínio social é outra coisa e tem a ver como a comunidade o valoriza face a outros aspectos, como a produção de conhecimento, a expressão artística e intelectual. Quanto ao político, é ainda uma outra coisa: supostamente num regime democrático, o exercício do poder tem uma base de sustentação política que lhe permite, ou deveria permitir, não estar dependente de oligarquias de poder financeiro, cultural, religioso.
Eu não fiz paralelismo entre os Espirito Santo e o fascismo. O paralelismo que eu fiz foi entre a forma como governantes eleitos democraticamente ombreiam com governantes do fascismo.
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